In memoriam de Joaquim Elias Jorge (1949-2008)
(10 de Abril de 1949- 13 de Fevereiro de 2008)
“Fazei-me o favor de serdes felizes” - era com esta frase que o nosso querido e eterno amigo Joaquim Elias Jorge costumava despedir-se quando por entrementes nos deixava. Como se a nossa felicidade, a nossa alegria, fossem para ele as coisas mais importantes que tivéssemos para lhe dar. E eram. Pois sofria quando nós sofríamos, e exultava quando pressentia a felicidade no nosso rosto. E nunca por um momento abandonou a Esperança, essa luzente virtude cristã que nos permite vencer as piores batalhas e que resplandece mesmo nas noites mais escuras. O Joaquim Elias Jorge foi militar e escuteiro, e a sua profunda fé e formação cristãs faziam com que amasse a sua terra, a família e os seus amigos e companheiros de uma forma a todos os níveis exemplar, pois tudo irradiava dele naturalmente e com profundo sentido de humanismo cristão. Nos últimos anos o nosso querido J. Elias Jorge (era assim que ele assinava os textos que se foram publicando ultimamente sobre a freguesia de Cós em vários órgãos da imprensa local e regional) acompanhou-nos quase diariamente no Bazar das Monjas, projecto que muito fica a dever-lhe e ao qual aderiu com enorme entusiasmo e verdadeiro sentido de missão. Como um bom militar, dir-se-ia, pois a guerra ensina coisas que jamais esquecem. Como esse dever de solidariedade que tantas vezes a nossa sociedade vai desleixando. Mas fazia-o também com uma paixão de criança, tão bela e tão pura que nem os corações mais duros conseguiam ser-lhe indiferentes. Uma paixão por assim dizer contagiante. Joaquim Elias Jorge faleceu Quarta-Feira, dia 13 de Fevereiro de 2008, perto da hora de jantar. Sempre que um homem bom nos deixa o mundo subitamente empobrece, e isso causa-nos tristeza. Mas quando além disso se trata de um grande amigo, de alguém que já pertencia à nossa família, então a nossa tristeza não tem fim. Pois com ele morre uma parte de nós próprios, criando um vazio irreparável nas nossas vidas. A freguesia de Cós fica a dever-lhe também uma constante e apaixonada dedicação, reflectida em vários contributos concretos que a todos nos enriqueceram. O recente restauro dos quadros (representando a Via Sacra) da Igreja de Santa Marta, na Castanheira, deveu-se a ele. Tal como o alerta para o mau estado de conservação da estrutura do Santuário de Nossa Senhora da Luz. Um cuidadoso inventário fotográfico dos bens da Igreja existentes nas várias capelas da freguesia de Cós é também a ele que o devemos. Seria pois da maior justiça que a sua memória ficasse eternamente ligada a tudo quanto fez graciosa e voluntariamente pelo nosso património. O Sr. Elias havia-nos falado recentemente de um projecto que tinha em mente e que, se a família no-lo consentir, havemos também de realizar em sua memória: a exposição de algumas das suas belíssimas fotografias, entre elas uma magnífica colecção realizada em Moçambique durante o seu tempo de militar na guerra colonial. Isso far-nos-á imensamente felizes, tal como o Sr. Elias desejava tanto que estivéssemos. E o favor que ele sempre nos pedia de cada vez que se ausentava poderá assim continuar a ser-lhe concedido, mantendo bem viva a chama da sua alma entre nós. E pedimos-lhe eternamente desculpa por todos aqueles momentos em que não conseguimos estar como ele nos queria.
Raquel Romão
Valdemar Rodrigues
Partilha e Agradecimento
Há uma expressão que diz “ (Esta) pode ir para o Jornal “, isto quando se trata de um acontecimento admirável, perdoem-me a imodéstia, mas não fico bem se não partilhar com os leitores o que mais me surpreendeu até hoje: A morte do meu marido Joaquim Elias Jorge.
Como pessoa de Fé que sou, acredito na vida eterna mas, quando a seis de Outubro de 1974 prometi viver unida a ele até que a morte nos separe, nunca pensei que esta separação chegasse após curtos 33 anos… daí o meu espanto.
Peço aos leitores para me incluírem nas vossas orações para eu poder vencer esta provação.
Tenho recebido as maiores palavras de carinho e apoio, acredito no amor e na amizade, sabia que tinha muitos amigos mas, ainda me surpreenderam com o sacrifício que fizeram para de algum modo me mostrarem solidariedade.
Ao ver amigos que se deslocaram de perto ou longe desde o Algarve, Alentejo, Montijo, Lisboa, Coimbra, Braga… foi comovente, não tenho palavras para agradecer a todos sem distinção do mais novo ao mais idoso.
Os amigos do meu marido são meus amigos e sei que nenhum me leva a mal por destacar apenas três: O Sr. Conogo José Traquina (que veio de Lisboa presidir à celebração), à Raquel e ao Dr. Valdemar que presenciaram de perto este amargo desfecho.
Eterna gratidão a todos.
Ele estará sempre a dar-nos força junto de Deus e como eu disse no dia da celebração fúnebre:
Não é um adeus, é simplesmente até já!
Rosa Carreira Jorge
Como pessoa de Fé que sou, acredito na vida eterna mas, quando a seis de Outubro de 1974 prometi viver unida a ele até que a morte nos separe, nunca pensei que esta separação chegasse após curtos 33 anos… daí o meu espanto.
Peço aos leitores para me incluírem nas vossas orações para eu poder vencer esta provação.
Tenho recebido as maiores palavras de carinho e apoio, acredito no amor e na amizade, sabia que tinha muitos amigos mas, ainda me surpreenderam com o sacrifício que fizeram para de algum modo me mostrarem solidariedade.
Ao ver amigos que se deslocaram de perto ou longe desde o Algarve, Alentejo, Montijo, Lisboa, Coimbra, Braga… foi comovente, não tenho palavras para agradecer a todos sem distinção do mais novo ao mais idoso.
Os amigos do meu marido são meus amigos e sei que nenhum me leva a mal por destacar apenas três: O Sr. Conogo José Traquina (que veio de Lisboa presidir à celebração), à Raquel e ao Dr. Valdemar que presenciaram de perto este amargo desfecho.
Eterna gratidão a todos.
Ele estará sempre a dar-nos força junto de Deus e como eu disse no dia da celebração fúnebre:
Não é um adeus, é simplesmente até já!
Rosa Carreira Jorge
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