sábado, junho 10, 2006

O Mosteiro de Santa Maria de Cós

The Monastery of Santa Maria de Cós
O mosteiro de Santa Maria de Cós, tal como hoje o conhecemos, surgiu apenas no século XVI. A iniciativa deveu-se ao abade comendatário de Alcobaça, D. Afonso, filho de D. Manuel I, que iniciou a sua construção. O seu irmão Henrique, que viria a ser rei de Portugal, também abade comendatário no mesmo convento iria prosseguir as obras do Mosteiro de Cós, terminando a construção da igreja, do dormitório, do coro e tudo mais.
The monastery of Santa Maria de Cós, as far as one can admire it today, was built in the 16th Century. The initiative was due to commendatory abbot D. Afonso, son of D. Manuel I, who started its construction. Afonso’s brother, Henrique, that later would become king of Portugal, was also commendatory abbot in the Monastery of Cós, and continued the works started by Afonso. He then finished the construction of the church, of the nun’s dormitory, nun’s chorus, and all more.




Hoje o que resta do mosteiro é a igreja e, anexa a esta, a sacristia. Para Sul, adossado a meio do corpo da igreja, fazendo com ela um ângulo recto, levantam-se ainda os dos pisos do dormitório, janelas esventradas a que foram arrancadas as cantarias para as utilizar em outros edifícios.
Today what it remains of the monastery is the church and, attached to it, the sacristy. For South, attached to the half of the body of the church, making with it a straight angle, there are still two floors of the dormitory, some damaged windows to which the original stone casings were removed as materials to employ in the construction of other buildings.

Como sucedeu por todo o país os séculos XVII e XVIII trouxeram as reformas, reconstruções e redecorações de edifícios. Assim terá sucedido com o Mosteiro de Coz. O único elemento quinhentista evidente é o portal manuelino, que dava entrada a nascente para o coro. Trata-se com grande probabilidade de uma obra realizada durante o abadessado de D. Afonso, iniciado em 1519.
As happened all over the country, the 17th and 18th centuries brought the reforms, rebuilding and the redecoration of the buildings. So it happened with the Monastery of Coz. The only evident Sixteenth century element that remains is the vestibule of the time of D. Manuel, allowing the East entrance into the choir. With great probability this wok was undertaken in the period of abbot D. Afonso, initiated in 1519.

A crer nas datas inscritas na fachada Sul da igreja, as obras de que resultou o actual edifício situam-se nos últimos três ou quatro decénios do século XVII. O portal de entrada leva à data de 1671.
Believing in the dates carved in the South façade of the church, the works that resulted in the actual building took place in the last three or four decenniums of the 17th Century. The main entrance portal leads to the date of 1671.

O templo é constituído por uma nave abobadada com meia centena de metros de comprimento. O corpo da igreja acessível aos leigos, entre o coro e o altar-mor, situa-se a Poente ficando este último, contrariamente ao habitual, virado a Oriente. O tecto da nave é preenchido por oitenta caixotões de madeira pintados em policromia e recentemente objecto de magnífico restauro. O corpo do edifício é revestido interiormente até ao tecto por azulejos datados do final do século XVII e inícios do século seguinte. Separando o coro da igreja, encontra-se uma grade em madeira recentemente instalada. No coro, o magnífico cadeiral recentemente restaurado é composto originariamente por cento e seis assentos. O que significa que o Mosteiro possuiria o mesmo número de celas para outras tantas monjas, a permitir formar uma ideia da sua dimensão. Magnífico também é o revestimento azulejar da sacristia, constituída por dez painéis setecentistas historiados com cenas de debuxo do final de Quinhentos, da geografia de Bernardo de Claraval.

Imagem de S. Bernardo (parcialmente destruída)

S. Bernardo image (partially destroyed)


The temple is constituted by a central vaulted nave with half hundred meters of length. The body of the church which is accessible to the laymen, between the choir and the high altar, is situated in the Western side of the building, being the high altar uncommonly turned eastwards. The roof of the central nave is filled up with eighty polychrome painted wood panels that were recently object of a thoughtful restoration The interior body of the building is covered up to the roof with ceramic tiles of between the end of the 17th century and the beginning of the 18th century. Separating the chorus of the church there is a wooden grill which was recently installed. At the choir, the magnificent quire recently repaired comprises one hundred and six seats, which means the monastery would then have an equal number of cells for the same number of nuns, which shows the dimension of the convent. Also magnificent is the ceramic tile revetment of the sacristy, composed of ten History panels from the 18th century showing sketch scenes from the end of the 16th century, pertaining to the geography of S. Bernardo de Claraval.

© Nelson Silva 2005

D. Fernando, Abade de Alcobaça, fundou o Mosteiro de Santa Maria de Cós a 20 de April de 1279. Mais tarde, no Século XVI, o edíficio foi transformado na casa conventual das Monjas de Cister.

D. Fernando, Abbot of Alcobaça, established the Monastery of Santa Maria de Cós in 20th of April 1279. Later on, in the sixteenth century, the building was transformed in the conventual house of the nuns of the Order of Cister

Pormenor do campanário

Detail of the belfry


Nave Central do Mosteiro de Santa Maria de Cós.

Central Nave of the Monastery


Vista do Altar-mor

View of the high altar


Pormenor da Sagrada Família

Detail of the Holy Family



Pormenor dos castiçais do retábulo.

Detail of the altarpiece candlesticks



Sala do coro

Choir room



Sacrário

Sacrary



Imagem de S. Bento

S. Bento image

Num artigo recentemente publicado no Jornal "O Alcoa" (edição de 30 de Agosto de 2007), que seguidaqmente transcrevemos em duas partes, o Prof. Gérard Lerour lança-nos mais alguma luz sobre a por vezes atribulada história do Mosteiro de Cós.

Artigo publicado no Jornal O Alcoa pelo Prof. Gérard Leroux (imagem 1 de 2, carregue para ampliar)

Artigo publicado no Jornal O Alcoa pelo Prof. Gérard Leroux (imagem 2 de 2, carregue para ampliar).

A Rádio Cister publicou entretanto em Setembro de 2007 uma magnífica foto-reportagem sobre o Mosteiro de Cós, a qual se encontra publicada na íntegra no seu site (ir ao menu Arquivos e ver Foto Reportagem). Reproduzimos aqui um exemplo dessas belíssimas fotografias (carregue sobre elas para as ampliar):


Fonte: Rádio Cister (Setembro de 2007).
Veja mais em: Rádio Cister (menu Arquivo - Foto reportagem)

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