terça-feira, dezembro 25, 2007

Feliz Natal!

O Bazar das Monjas deseja a todos os seus amigos e visitantes um Santo e Feliz Natal e um revigorante Ano Novo de 2008 com paz, esperança e muita saúde!

Etiquetas:

sábado, dezembro 22, 2007

DESMANTELAMENTO PÚBLICO DA EXPOSIÇÃO ZOMBIE 5/12: THE RETURN OF THE LIVING DEAD! THIS IS NOT A MOVIE...,










Etiquetas:

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Do Humanismo Cristão











Raquel Romão
Gestora de Projecto

Os tempos que correm estão difíceis para um cada vez maior número de pessoas, aqui e em muitos outros lugares do mundo, e tal como outrora começam a ouvir-se vozes que inquietas clamam por justiça, que denunciam a miséria humana, que falam de um crescimento assustador das desigualdades entre ricos e pobres. Impelidos pela realidade dos factos, alguns voltam a reclamar a urgência de transformar o mundo. Mas esquecem porém algo essencial: como vamos cuidar dos nossos irmãos mais necessitados? Como vamos entretanto prover às necessidades de famílias inteiras que terão de sobreviver sem emprego? Famílias cujos rendimentos não lhes permitirão ter acesso à saúde, à habitação, ao essencial enfim para uma vida humana condigna? Fazem-no porque tendem a ver na caridade cristã um freio do potencial revolucionário das sociedades. Como se a miséria de seres humanos fosse o tónico indispensável das revoluções. Esquecem também a história recente da Europa, marcada desde Oitocentos por constantes experiências políticas, de planeamento e de engenharia social, nas quais a participação da Igreja tem sido basicamente a de procurar tornar mais humanas as relações sociais, combatendo a cegueira ética. O que em muitos casos, como sabemos, infelizmente não conseguiu. Os tempos que correm estão difíceis, e a derrocada moral dos grandes paradigmas do progresso e da modernidade é hoje mais do que evidente. A inquietação é pois grande entre as hostes geométricas, que na agonia agitam de novo as velhas bandeiras do medo. Como se a história nada nos tivesse ensinado. Mais grave ainda: como se a história não tivesse sequer acontecido. Uns atrás de outros, capitulam na estante pensadores, paradigmas e gurus. E permeando o frenesi por novas roupagens, supostamente mais adequadas aos tempos que correm mas cada vez mais fugazes, cresce um vazio de sentido para a vida que muitos aflige. Jovens incluídos, que vêm cada vez menos perspectivas para o seu futuro. A cegueira ética, de início acidental, passa a ser condição necessária de sucesso nas sociedades ditas modernas. Tem razão quem vence, vence quem pode comprar e come quem cala. O justo é visto como tolo e sucumbe aos algozes. Acontecendo que hoje, estranha e muito perigosamente, a precaridade da vida humana aparece como condição suficiente para o crescimento económico. Esse crescimento que nunca quis dizer desenvolvimento, pois não é humanista, não tem ética e despreza profundsamente os pobres e os fracos. Perdem-se a ligação à Natureza e à Terra através do trabalho das mãos, o silêncio puro e contemplativo, a oração humilde, o estudo e o ensino do mistério de Deus que todavia persiste em potência em cada um de nós. Seria por isso bom que conseguíssemos compreender por exemplo o que falta hoje nas nossas escolas e na nossa sociedade em geral: uma razão para a vida, necessariamente complexa, que nos preencha esses imensos vazios deixados pela ciência dita moderna, algo que as ciências do Homem certamente agradeceriam. Seria bom que não olhássemos a história com tanto desprezo, com a arrogância de quem julga que os tempos passados não trazem já no seu seio as sementes dos tempos futuros. Seria bom por exemplo que entendêssemos por que razão devemos hoje zelar pelo homem inteiro, e não apenas por alguma das suas instrumentais valências. Como ainda hoje o fazem esses monges e monjas cisterciences espalhados um pouco por todo o mundo. Num mundo globalizado, perguntaríamos nós: como conseguem sobreviver hoje tais pessoas apegadas a um lugar? E como conseguem ainda assim prestar serviços assistenciais à comunidade? E ajudar quem nela mais precisa? Sim, a história ensina-nos que os monges brancos foram já um dia vítimas do seu isolamento e da sua descentralidade. Longe das cidades florescentes de negócios e mercadores, no recato dos seus vales tranquilos, junto às águas lentas, as abadias cistercienses terão perdido, algures no crepúsculo da Idade Média, o fulgor e a pujança de outrora. Então se um dia assim aconteceu, e hoje as cidades concentram muito mais negócios e mercadores do que então, porque razão ainda existem tantas abadias cistecienses, femininas e masculinas? E porque razão renascem elas actualmente a cada dia que passa? Estou em crer que a resposta é relativamente simples.

in Região de Cister, ed. de 3-1-08

Etiquetas:

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Anúncio de Membro do Júri PRADBA 2007: Membros Institucionais

PRÉMIO DE REVELAÇÃO ARTÍSTICA

D. BENTA DE AGUIAR

PRADBA 2007

COMUNICADO DE IMPRENSA


De acordo com a estratégia definida para a divulgação do Prémio de Revelação Artística D. Benta de Aguiar (PRADBA), é com grande prazer que vos anunciamos os nomes dos membros do Júri que irão representar as instituições previstas no Artº 7º do respectivo Regulamento. São eles:

Junta de Freguesia de Cós

Álvaro Joaquim Loureiro Santo


Paróquia de Cós

Maria Edite Henriques Rodrigues Barreiro


Confraria do Santíssimo Sacramento da Freguesia de Cós

Carlos Marques Dias


Agrupamento 522 Cós do Corpo Nacional de Escutas (CNE)

João Paulo Silva Santos


Bazar das Monjas de Coz

Raquel Maria Marques Romão


Etiquetas:

Anúncio de Membro do Júri PRADBA 2007: David Mariano

PRÉMIO DE REVELAÇÃO ARTÍSTICA
D. BENTA DE AGUIAR

PRADBA 2007

COMUNICADO DE IMPRENSA

De acordo com a estratégia definida para a divulgação do Prémio de Revelação Artística D. Benta de Aguiar (PRADBA), é com grande prazer que o Bazar das Monjas de Coz tem a honra de agora anunciar a participação do jornalista DAVID MARIANO, enquanto membro do Júri do PRADBA 2007.

David Mariano nasceu na cidade suíça de Basileia em 1977, é licenciado em Comunicação e Jornalismo e exerce regularmente a actividade de jornalista freelancer. Foi colaborador do jornal diário Público (através dos suplementos Ípsilon, Mil Folhas e Pública) e da revista de cinema Premiere (onde exerceu crítica cinematográfica). Colaborando actualmente com o quinzenário Região da Nazaré, desde 1996 que publica diversos artigos na imprensa regional local (Região de Cister e Voz de Alcobaça), nomeadamente reportagens e artigos de opinião. Entre 2004 e 2007 foi editor da INK Magazine, publicação mensal dedicada à cultura urbana e nocturna na zona centro. Tem sido ainda responsável pela promoção e produção em 2007 das extensões de cinema Indielisboa e Doclisboa no Cine-Teatro de Alcobaça, em conjunto com a Câmara Municipal de Alcobaça. E em 2002, planeou e produziu os ciclos de cinema 2002 Imagens na Biblioteca Municipal de Alcobaça (mais uma vez com o apoio do Município local) e como membro da Comissão Cinescópio. Nesse ano, foi igualmente fundador, gestor e programador do bar Clinic em Alcobaça (onde esteve até 2006).

Etiquetas:

Anúncio de Membro do Júri PRADBA 2007: Rui Xavier

PRÉMIO DE REVELAÇÃO ARTÍSTICA
D. BENTA DE AGUIAR

PRADBA 2007

COMUNICADO DE IMPRENSA

De acordo com a estratégia definida para a divulgação do Prémio de Revelação Artística D. Benta de Aguiar (PRADBA), é com grande prazer que o Bazar das Monjas de Coz tem a honra de agora anunciar a participação do arquitecto e designer gráfico alcobacense RUI JORGE FERNANDES XAVIER, enquanto membro do Júri do PRADBA 2007 Rui Xavier concluiu a sua licenciatura em Arquitectura na Universidade Lusiada em 1997, tendo desde então participado em diversos projectos na área da arquitectura e do design gráfico, muitos dos quais como autor do projecto. Dirigente da ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários – Delegação de Leiria, Rui Xavier é ainda membro dirigente da Banda de Alcobaça e da Academia de Musica de Alcobaça. Foi supervisor coordenador dos espaços públicos, mobiliário urbano e resíduos da Parque Expo e Parque das Nações (Lisboa). É sócio gerente da empresa PRX – Gabiete de Arquitectura, de Alcobaça.

Etiquetas:

segunda-feira, dezembro 10, 2007

DESMANTELAMENTO PÚBLICO DA EXPOSIÇÃO ZOMBIE 5/12: THE RETURN OF THE LIVING DEAD! THIS IS NOT A MOVIE..., NO PRÓXIMO SÁBADO DIA 15

(c) 2007 José Alberto Vasco

Escreve assim o nosso amigo José Alberto Vasco no seu obrigatório Nas Faldas da Serra:

A tarde de ontem [Sábado, dia 8 de Dezembro], foi de muito agradável convívio e fruição cultural no espaço da minha exposição Zombie 5/12: The Return of The Living Dead! This is Not a Movie..., patente até 15 de Dezembro, em Coz, no Bazar das Monjas. A grande figura da tarde foi o Paulo Ascenso Mateus, que diligente e atentamente apresentou um Dj/Set única e exclusivamente potenciado na utilização de Discos em Vinil dos Últimos Vinte Anos Num Fidedigno Giro-Discos da Velha Guarda, que era, nem mais nem menos, um histórico Lenco! Entre as (outras) vedetas da tarde estiveram os bluesmen Carey Bell e Magic Slim, históricos do rock como os Pink Floyd e Frank Zappa, e ainda o old and eternal jazzman Louis Armstrong... Foi mesmo fantástico e a verdade é que toda a tarde a exposição foi visitada, comentada e debatida por gente bonita e interessante!

Como tem sido largamente anunciado, a minha (muito bem sucedida!) exposição de fotografias Zombie 5/12: The Return of The Living Dead! This is Not a Movie..., estará patente até ao próximo sábado, 15 de Dezembro, em Coz , no acolhedor e simpático Bazar das Monjas, sendo publicamente desmantelada às 19 horas desse dia. Antes desse acto público de encerramento, voltará a ser apresentada, a partir das 15 horas, a intervenção musical por mim concebida para apoio àquela exposição. Essa intervenção musical inclui música de Constança Capdeville (Libera Me), Duarte Lôbo (Requiem Para Seis Vozes), Fernando Lopes-Graça (Requiem Pelas Vítimas do Fascismo em Portugal), Giya Kancheli (Styx), Marc-Antoine Charpentier (Grand Office des Morts), Orlando di Lasso (Missa Pro Defunctis), Witold Lutoslawski (Musique Funébre) e Wolfgang Amadeus Mozart (Requiem in D minor, KV 626), e foi já apresentada, com razoável sucesso, na inaguração daquela exposição, que até lá ainda se encontra à disposição do público, todos os dias (excepto às segundas) sob a sempre cativante atenção da Raquel e do Valdemar, o motivador casal proprietário do Bazar das Monjas!

Etiquetas:

domingo, dezembro 09, 2007

Imagens de Cós

Cós vista pelo fotógrafo e nosso amigo João Vasco, no seu Blog Ponto de Vista. Vale a pena visitarem. Tem fotografias muito belas.

Etiquetas: ,

terça-feira, dezembro 04, 2007

Historiadores Presumidos, ou da assunção da pirataria de Estado

Historiadores Presumidos
ou da assunção da pirataria de Estado

Errare humanum est, sed in errore perseverare dementem

O Bazar das Monjas tem acompanhado com grande interesse as denúncias feitas pelo Prof. Gérard Leroux no jornal O Alcoa, a propósito da falta de rigor científico e da violação dos direitos de autor (propriedade intelectual alheia), acções nada dignificantes levadas a efeito por pessoas que tiveram ou têm actualmente grandes responsabilidades pela gestão do Mosteiro de Alcobaça, monumento classificado pela UNESCO como património da Humanidade e que a todos tanto orgulha. Os “Historiadores Presumidos” são neste caso o Dr. Rui Rasquilho e a Dra. Maria Augusta Trindade Ferreira, actual director e ex-directora do Mosteiro de Alcobaça, e a obra visada é o livro “Císter e a Europa. Santa María de Alcobaça, Alíança entre a espírítualídade e o trabalho manual”, recentemente editado pela ACD Editores (Lisboa) com o apoio da Câmara Municipal de Alcobaça, e que se encontra à venda nas livrarias pela módica quantia de 50 Euros. Os erros, as imprecisões históricas e a fraude denunciadas são, em nosso entender, tão graves que mereceriam de imediato uma de duas coisas: ou a reacção imediata dos autores procurando argumentar objectivamente em sua defesa, ou o reconhecimento do erro cometido por parte dos mesmos, promovendo desde logo os esforços necessários para a retirada de circulação do livro. Pois em causa está não apenas o rigor histórico, ou a falta dele, mas também a credibilidade daqueles que exercem funções públicas de grande relevo. Ora o que observámos com estranheza é que não aconteceu nem uma nem outra das coisas que seria natural que acontecessem, e para espanto nosso na última edição d'O Alcoa era suprimida a quarta parte da rubrica “Historiadores Presumidos” (sendo esta adiada para uma "próxima edição"). Para tornar ainda as coisas mais nebulosas, o Alcoa anunciava como novo colaborador do jornal o Dr. Rui Rasquilho, através de uma rúbrica quinzenal intitulada “Apontamentos Cistercienses”, na qual, para começar, este referia as traves mestras do seu entendimento da história e do processo histórico, reconhecendo haver porém “sempre ignorantes fanáticos que têm o maior prazer em manipular a história de acordo com as suas conveniências ocultas, às vezes até em nome de valores sagrados que nunca entenderam”. Nem uma palavra portanto em relação à verdade, ou falsidade, das acusações de que fora alvo em números anteriores do jornal por parte do Prof. Gérard Leroux, um reconhecido especialista europeu da Ordem de Cister, presumindo-se de uma das traves mestras apontadas pelo actual director do Mosteiro de Alcobaça, precisamente a primeira delas: “A imagem que guardamos do nosso passado comum e o volume de informação que vamos acumulando ao longo da vida condicionam o nosso entendimento do processo histórico”, que o entendimento do processo histórico possa com o tempo fazer com que deixemos de ver certos factos históricos e que tal incapacidade de ver seja não só possível mas até mesmo desejável. E o "facto histórico" aqui é que um director e uma ex-directora do Mosteiro de Alcobaça publicaram em co-autoria um livro, com a chancela da Câmara Municipal de Alcobaça, onde alegadamente abundam não só os erros históricos mas também as evidências da violação de direitos de autor, através do uso indevido de inúmeras fotografias e imagens sem qualquer referência às respectivas fontes.

Ora nós que nada de pessoal temos contra os autores do livro, e que com muito interesse fomos acompanhando os artigos do Prof. Gérard Leroux, achamos toda esta situação pouco digna e nada edificante para as várias entidades envolvidas: desde logo para a Igreja Paroquial do Santíssimo Sacramento, de Alcobaça, proprietária do jornal; para o Mosteiro de Alcobaça, gerido pelo Estado através do IGESPAR, e para a Câmara Municipal de Alcobaça, que teria aqui a responsabilidade de procurar desenvolver acções concretas junto dos autores e da editora no sentido de apurar a verdade dos factos e, se fosse caso disso, de promover a retirada do livro de circulação. Não fazer nada numa situação destas, e ainda por cima procurar louvar quem errou, é algo que despromove duplamente a cultura e incentiva o público à pirataria. Vindo de entidades públicas, o exemplo é pois, em nosso entender, de uma extrema gravidade. Com que moral poderá por exemplo o Estado, através da ASAE, continuar a recolher nas feiras os CDs e DVDs pirateados? Ou com que autoridade vamos dizer aos nossos filhos para não copiarem na escola pelos colegas da carteira do lado?

Porque somos amigos do Prof. Gérard Leroux, em quem reconhecemos não só a grande sabedoria mas igualmente a extrema cordialidade no trato humano, e que nos tem ajudado muito no trabalho de pesquisa que temos vindo a desenvolver em Cós, decidimos publicar aqui a quarta parte da sua rúbrica “Historiadores Presumidos”. Esperamos poder desta forma contribuir para o pleno esclarecimento desta lamentável estória. E, para o bem de Alcobaça, fazemos votos de que haja a dignidade suficiente para que os visados e patrocinadores deste triste “facto histórico” venham publicamente a assumir que erraram, retractando-se e desse modo mostrando, como devem, que respeitam os seus leitores. Isto a juntar, claro está, ao inevitável pedido público de desculpas ao Prof. Gérard Leroux. Se o não fizerem, deste ou de modo diverso mas objectivo para que bem se entenda, então é porque algo vai definitivamente mal neste nosso "reino da Dinamarca".


Ass: Valdemar Rodrigues e Raquel Romão


Historiadores presumidos (4)

por Gérard Leroux


Císter e a Europa. Santa María de Alcobaça, Alíança entre a espírítualídade e o trabalho manual / Rui Rasquilho e Maria Augusta T. Ferreira. — Lisboa : ACD Editores, 2007, 183 p., il. — 31 x 25 cm. (Publicação subsidiada pela Câmara Municipal de Alcobaça.) 50 euros.


Antes de prosseguir com o exame do «livro» (porei doravante a palavra «livro» entre aspas, porque, como já se viu, «aquilo» não é um livro, embora tenha aspecto de livro, mas uma autêntica burla), sob o seu aspecto «histórico», parece-me importante, necessário até, voltando à questão das fotografias roubadas de que está recheado, informar os leitores de quatro mensagens, entre muitas outras, que recebi nestas últimas semanas.

A primeira diz respeito à reprodução ilegal, publicada na pág. [31] do dito «livro», de uma iluminura muito famosa do grande pintor quatrocentista Jean Fouquet, iluminura essa que ilustra o Livre d’heures d’Etienne Chevalier, conservado no Museu Condé do Castelo de Chantilly, nos arredores de Paris, o maior museu de França depois do Louvre.

Esta iluminura representa São Bernardo ensinando um grupo de monges e foi inicialmente reproduzida (com a devida autorização) no livro que referi no meu penúltimo artigo: Saint Bernard & le monde cistercien (Paris, 1990 e 1992), trabalho colectivo dirigido por dois reconhecidos especialistas internacionais da história da Ordem de Cister: o Prof. Léon Pressouyre, da Sorbonne, e a Prof.a Terryl Nancy Kinder, historiadora da arquitectura medieval, que ensinou em universidades dos Estados Unidos, França e Canadá, e que dirige actualmente a revista de história Cîteaux, de que sou colaborador há mais de vinte anos.

Pois bem, acerca desta iluminura, copiada fraudulentamente pelos nossos presumidos «historiadores», recebi da directora da Biblioteca e arquivos do Museu Condé de Chantilly, a Sr.a Emmanuelle Toulet, a seguinte mensagem:

«Chantilly, 24 de Outubro de 2007

Monsieur,

Recebi a sua mensagem relativa à reprodução «pirata» das Heures d’Etienne Chevalier, que lhe agradeço. Evidentemente que nunca autorizei a reprodução desta iluminura. De resto, nunca é permitido reutilizar uma fotografia já publicada num livro ou na Internet.

Muito cordialmente.


Emmanuelle Toulet

Conservateur en chef de la bibliothèque et des archives

Château de Chantilly

60631 CHANTILLY»

Esta mensagem é perfeitamente clara: nunca foi dada autorização a Rui Rasquilho e a Maria Augusta Trindade Ferreira (nem ao filho desta) para copiar, de um livro que nunca mencionam, a dita iluminura de São Bernardo. A sua utilização fraudulenta é pois um roubo e, em termos legais, um crime, isto é, um acto, ou conjunto de actos, que, nas sociedades civilizadas, não pode deixar de suscitar o repúdio das pessoas decentes, respeitosas da ética (sétimo Mandamento de Deus: «Não furtarás»).

A segunda mensagem veio da própria Prof.a Terryl N. Kinder, co-directora, como já disse, do livro «aproveitado» pelos nossos presumidos «historiadores». Eis a sua tradução:

«Pontigny, 24 de Outubro de 2007


Monsieur,

Agradeço a sua mensagem e fiquei preocupada com a notícia que me deu acerca desta publicação feita em Portugal. Não dei autorização a ninguém para reproduzir fotografias minhas ou fotografias do livro publicado em 1990. Infelizmente, aquilo que documentou tão bem torna-se cada vez mais frequente. As regras e as leis são cada vez mais severas, mas a caça aos «bandidos» custa caro, em tempo e em dinheiro, e eles sabem-no. […] Compartilho da sua indignação perante esta situação ultrajante.

Com as minhas saudações respeitosas,

Terryl Kinder

Prof.a Terryl N. Kinder

Rédactrice en chef / Editor-in-chief

Cîteaux : Commentarii cistercienses

17, rue Rabé

89230 PONTIGNY»

Nesta carta, o leitor terá reparado no uso, pela Prof.a Terryl Kinder, da expressão «situação ultrajante», que traduz justamente a «indignação» de uma pessoa decente, ela própria vítima de abuso, face à falta de ética dos presunçosos autores do «livro» em análise.

A terceira mensagem que acho necessário publicar aqui diz respeito à fotografia reproduzida na pág. 71 do «livro» (copiada da pág. 184 da obra do Prof. Pressouyre e da Prof.a Kinder), e foi-me enviada por Dom Georges Guinand, abade do Mosteiro cisterciense de Aiguebelle:

«Abadia de Aiguebelle, 22 de Outubro de 2007

Monsieur Gérard Leroux,

Obrigado por me informar desta maneira. Com efeito, nunca autorizei a reprodução da fotografia que mostra um religioso de Aiguebelle a trabalhar. Tenha a certeza de que nós rezamos por si.

P. Georges


Dom Georges Guinand

Abbé d’Aiguebelle

Abbaye Notre-Dame d’Aiguebelle

26230 MONTJOYER»


A quarta mensagem, que me é também muito grato reproduzir, foi-me dirigida pelo abade do Mosteiro cisterciense de Port-du-Salut, mosteiro do qual o Padre Maur Cocheril (também vergonhosamente «aproveitado» pelos autores do «livro» na pág. 123) era monge professo. Diz o seguinte:

«Abadia de Port-du-Salut, 8 de Novembro de 2007


Monsieur Leroux,

Agradeço a sua carta e a revelação da piratagem que menciona.

Este género de actuação não é raro e, quando vivia em África com os Dogões, no Sudão, quantas vezes não vi antropólogos vir pilhar os trabalhos de etnologia dos missionários e aproveitá-los noutras línguas, chegando por vezes a atribuir-se todo o seu trabalho…

Tratando-se do Padre Cocheril, das fotografias e dos desenhos originais do mosteiro de Port-du-Salut publicados naquele livro [nas pág. 41, [122] e 123] : Nunca demos qualquer permissão seja a quem for para reproduzir seja o que for.

Agradeço-lhe vivamente todo o cuidado tomado — e as preocupações que isto lhe causa — em relação à obra dos Cistercienses, a fim de conservar a sua mensagem em toda a sua integridade.

Asseguro-o dos meus sentimentos mais carinhosos e da minha oração.


Fr. Joseph, abade de Port-du-Salut


Dom Joseph Deschamps

Abbé de Port-du-Salut

Abbaye N.-D. de Port-du-Salut

53260 ENTRAMMES»

Julgo que estas quatro eloquentes mensagens, que confirmam plenamente a impostura de Rui Rasquilho e de Maria Augusta Trindade Ferreira, autores, juntamente com o seu compadre fotógrafo, da burla que resolvi denunciar à opinião pública na presente série de artigos, não precisam de mais comentários.

(Continua.)

Etiquetas: ,

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Inauguração da Exposição Zombie 5/12 de José Alberto Vasco foi um sucesso!

Muitos amigos, gente curiosa e até alguns especialistas nestas artes da imagem e da fotografia afluiram ao Bazar das Monjas na tarde do passado Sábado, para celebrarem com o José Alberto Vasco a inauguração da sua magnífica exposição. E nada melhor do que usarmos as palavras do musicógrafo, jornalista e artista alcobacense para descrever o que foi e também o que ainda vai ser esta interessante exposição:

DJ SET DE PAULO ASCENSO MATEUS ANIMA EXPOSIÇÃO ZOMBIE 5/12: THE RETURN OF THE LIVING DEAD! THIS IS NOT A MOVIE... NO PRÓXIMO SÁBADO DIA 8 DE DEZEMBRO!

A bem sucedida inauguração, ontem à tarde, da minha exposição de fotografias Zombie 5/12: The Return of The Living Dead! This is Not a Movie..., patente até ao próximo dia 15 de Dezembro, em Cós , no acolhedor e simpático Bazar das Monjas, contou uma intervenção musical por mim concebida em apoio àquele acto inaugural. Essa intervenção musical incluiu música de Constança Capdeville (Libera Me), Duarte Lôbo (Requiem Para Seis Vozes), Fernando Lopes-Graça (Requiem Pelas Vítimas do Fascismo em Portugal), Giya Kancheli (Styx), Marc-Antoine Charpentier (Grand Office des Morts), Orlando di Lasso (Missa Pro Defunctis), Witold Lutoslawski (Musique Funébre) e Wolfgang Amadeus Mozart (Requiem in D minor, KV 626), sendo repetida no dia de encerramento daquela exposição (15 de Dezembro), a partir das 16 horas.

Na tarde do próximo sábado, 8 de Dezembro, o espaço daquela minha exposição será animado por um peculiar e interessante DJ/Set de Paulo Ascenso Mateus, que apresentará única e exclusivamente Discos em Vinil dos Últimos Vinte Anos Num Fidedigno Giro-Discos da Velha Guarda. Anuncia-se, entre outras, música dos Pink Floyd, UB 40, Crosby, Stills, Nash & Young, Iron Maiden, Sérgio Godinho e por aí fora... É mesmo imperdível, posso garanti-lo!

Ficam pois algumas fotos do dia da inauguração:






Etiquetas:

Teresinha. O Bazar está contigo, e tu estarás sempre connosco! Vê lá mas é se te despachas daí para fazermos a árvore de Natal

Etiquetas:

sábado, dezembro 01, 2007

Ao Bazar

Não podia deixar passar o dia de hoje, sem deixar uma palavra amiga a vocês estão ai, no Bazar das Monjas.
O dia de hoje não é mais doque sinónimo de uma capacidade de trabalho á qual o Bazar das Monjas nos tem habituado.
A abertura de outra exposição, é o resultado do trabalho que se tem feito de á uns tempos a esta parte. Por muito que possa parecer que não é compreendido, ou que não é aceite, o resultado é que se fala do Bazar das Monjas e do trabalho que este desenvolveu, ou está a desenvolver.
Desta vez, não contribui pessoalmente para este novo projecto, mas mesmo á distância estou com vocês e decidi deixar ai esta "força" para que tudo vos corra bem.

Ao Bazar das Monjas de Cós

Teresa Elias

Etiquetas: